Escândalo na Comunicação de São Sebastião: ex-servidores expõem clima de terror e “troféu da humilhação” após exoneração de diretora

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Após reportagem sobre R$ 13 milhões em impressos sob investigação, ex-funcionários relatam nas redes sociais que a rotina no setor era marcada por medo, assédio moral e abusos de poder

A crise que já abalava o Departamento de Comunicação da Prefeitura de São Sebastião ganhou um novo e perturbador capítulo.

Após a publicação da matéria “R$ 13 milhões em impressos na mira: exoneração, desperdício e suspeitas cercam Comunicação da Prefeitura”, ex-servidores passaram a se manifestar nas redes sociais, revelando o que chamam de “anos de sufoco e assédio moral” sob a gestão da agora ex-diretora Beatriz Rego, exonerada na semana passada.

Os relatos, que vêm se multiplicando desde a divulgação da reportagem, descrevem um ambiente tóxico, onde gritos, humilhações públicas e ameaças veladas fariam parte da rotina.

Um dos depoimentos mais contundentes foi publicado por uma ex-funcionária, em tom de desabafo:

“Contra fatos, não há argumento.

Isso é o retrato de um ambiente que era doente – onde o assédio moral e o abuso de poder eram normalizados.

Esse ‘troféu’ não premiava mérito, mas humilhação: era entregue ao pior funcionário ou à pior equipe do mês.

Mas o tempo faz justiça. Aqui se faz, aqui se paga.

É fácil se vitimizar depois, inventar versões e posar de injustiçada na internet.
Difícil mesmo é ser verdadeira e assumir responsabilidades.”

A publicação viralizou entre ex-colegas de setor, ganhando dezenas de comentários e compartilhamentos. Segundo apurou o Tamoios News, mais de um ex-funcionário confirmou a existência do suposto “troféu da humilhação”, uma prática usada para constranger servidores em reuniões internas – símbolo do que descrevem como “gestão pelo medo”.

Reação em cadeia e silêncio da ex-diretora

As postagens provocaram uma onda de reações dentro e fora da Prefeitura.

Servidores de outras secretarias afirmam, sob anonimato, que “o clima de perseguição era notório” e que “muitos pediram transferência para fugir da pressão”.

Enquanto isso, a sindicância interna e o inquérito do Ministério Público continuam apurando os contratos milionários de impressos, agora com um novo elemento no radar: a conduta interna do comando do setor.

De contratos suspeitos a denúncias de assédio: o cerco se fecha

O Departamento de Comunicação – já sob fogo cruzado por gastos de R$ 13,1 milhões com livros, jornais e folhetos – agora se vê no centro de uma tempestade ética e moral.
Fontes da atual gestão confirmam que os relatos sobre assédio foram encaminhados à Procuradoria Geral do Município, que avalia a abertura de procedimento específico para apurar a conduta da ex-gestora.

“Há um padrão que começa a se repetir: desperdício de recursos públicos, autopromoção e agora denúncias graves de comportamento abusivo”, disse um servidor com acesso às investigações.

Nos bastidores, aliados políticos falam em “queda livre” de uma figura que, até pouco tempo atrás, posava como símbolo de competência e liderança na Comunicação.

“Troféu da vergonha”: símbolo de uma gestão autoritária

O objeto mais citado nos relatos – um troféu entregue ao “pior funcionário do mês” – tornou-se o símbolo mais cruel do episódio.

Segundo ex-servidores, o artefato era exibido em reuniões internas e usado como forma de constrangimento público, o que configuraria assédio moral institucionalizado.

Um ex-colaborador afirmou que “ninguém escapava da exposição” e que “as pessoas saíam chorando das reuniões”.

Outro descreveu o ambiente como “opressivo, hierárquico e sem espaço para diálogo”.

As declarações reforçam a imagem de um departamento desorganizado e politizado, onde a pressão por resultados e autopromoção da gestão anterior teria ultrapassado todos os limites éticos.

Sindicância, Ministério Público e o peso da verdade

Enquanto as investigações sobre os contratos milionários seguem com o Ministério Público e a Comissão de Sindicância, o novo foco passa a ser a conduta interna de quem comandava o setor.

O prefeito Reinaldinho Moreira (Republicanos) já havia determinado a exoneração de Beatriz Rego, considerada por assessores como “inevitável diante das revelações”.

Fontes próximas ao governo afirmam que novos depoimentos devem ser colhidos nos próximos dias e que as denúncias de assédio moral serão oficialmente incluídas no relatório administrativo.

Nos corredores do Paço Municipal, a frase mais ouvida nesta semana resume o clima de tensão:

“O papel era só o começo – agora é a hora de revelar o que estava por trás dele. ”

Resumo dos novos desdobramentos

  • Ex-funcionários relatam assédio moral e abuso de poder no Departamento de Comunicação
  • Existência de um “troféu da humilhação” é confirmada por ex-servidores
  • Setor já é investigado por R$ 13,1 milhões em impressos sob suspeita
  • MP e sindicância interna acompanham o caso

O canal segue aberto para o direito de resposta e posicionamento das pessoas mencionadas na matéria.

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