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Presidente americano se reuniu com líderes europeus na Escócia para selar pacto comercial que visa distensionar relações bilaterais
Edimburgo, Escócia – 27 de julho de 2025 – Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram neste final de semana um acordo histórico para reduzir tarifas sobre produtos industriais, especialmente no setor siderúrgico e de alumínio, para 15%, revertendo parcialmente o chamado “tarifaço” imposto durante a administração de Donald Trump, que chegou a fixar tributos de até 30% sobre as exportações europeias.
O novo entendimento foi formalizado após uma série de reuniões diplomáticas em Edimburgo, na Escócia, onde o atual presidente dos EUA esteve presente pessoalmente para concluir as negociações com representantes da Comissão Europeia e líderes de estados-membros estratégicos, como Alemanha, França e Irlanda.
Alívio para setores industriais e agrícolas
O acordo representa um avanço significativo para as relações comerciais transatlânticas, que sofreram forte abalo com a adoção de medidas protecionistas pelos EUA a partir de 2018, sob o pretexto de segurança nacional. As tarifas afetaram principalmente produtos metálicos europeus, desencadeando retaliações por parte da UE em setores como bebidas, motocicletas e agricultura americana.
Com a nova política tarifária conjunta, ambas as partes sinalizam um esforço de reconstrução da confiança mútua e do comércio multilateral. O alívio tributário deverá beneficiar siderúrgicas da Alemanha e Itália, assim como agricultores do meio-oeste norte-americano, que enfrentavam barreiras para exportar seus produtos ao mercado europeu.
“Este acordo marca o início de uma nova fase nas relações econômicas entre os Estados Unidos e a União Europeia”, declarou o presidente americano, ao lado da presidente da Comissão Europeia. “Estamos revertendo políticas unilaterais e construindo pontes de prosperidade mútua.”
Etapas do acordo
Segundo comunicado conjunto, o pacto tarifário entrará em vigor a partir de outubro de 2025 e prevê:
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Redução de tarifas de 30% para 15% sobre aço e alumínio europeus exportados aos EUA;
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Compromisso recíproco da UE de suspender medidas retaliatórias contra produtos americanos;
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Formação de um comitê bilateral permanente, voltado à mediação de futuras disputas comerciais;
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Criação de cotas regulatórias para garantir padrões ambientais e trabalhistas na produção dos itens beneficiados.
Repercussão internacional
A Organização Mundial do Comércio (OMC) elogiou o acordo como “um exemplo bem-vindo de resolução cooperativa de litígios”, enquanto analistas destacam o impacto geopolítico da medida.
Para especialistas, a iniciativa reforça o eixo EUA-UE num momento de crescente tensão econômica com a China, ao mesmo tempo em que consolida uma frente ocidental de defesa do comércio baseado em regras. O gesto também fortalece a imagem do atual presidente americano como um defensor do multilateralismo, em contraste com a abordagem isolacionista de seu antecessor.
Impacto para o Brasil
Embora não envolva diretamente o Brasil, o acordo pode ter efeitos indiretos sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio, que competem com produtos europeus no mercado americano. Especialistas em comércio exterior avaliam que haverá pressão adicional sobre os exportadores brasileiros para reduzir preços ou buscar novos mercados.
Contexto histórico
As tarifas de 30% foram introduzidas por Donald Trump em 2018 sob a justificativa de proteger a indústria nacional. A decisão gerou atritos intensos com aliados históricos dos EUA e desencadeou uma série de ações na OMC. Desde então, diversos países vinham pressionando Washington por uma revisão do regime tarifário.
Próximos passos
O acordo será formalizado por meio de decretos executivos nos Estados Unidos e diretrizes internas da União Europeia. Ambos os lados deverão apresentar os detalhes do texto legal ao longo das próximas semanas.
A retomada do diálogo bilateral é vista como um possível ponto de partida para outras negociações, envolvendo temas como subsídios agrícolas, energias renováveis e regulação de tecnologia e dados.